Tudo que você precisa saber sobre o tumor ocular maligno mais comum em crianças
Tiago Leifert contou o motivo que o afastou da TV, após 15 anos. A filha Lua, de 1 ano e 3 meses, fruto do casamento com Daiana Garbin, está com um tipo de câncer raro. Há 4 meses o casal se mudou do Rio de Janeiro para São Paulo para começar os tratamentos.
Vamos explicar os principais pontos sobre o retinoblastoma:
1- O que é o Retinoblastoma?
- É o tumor ocular primário maligno mais comum em crianças e o segundo mais comum em todos os grupos etários, perdendo somente para o melanoma de coroide.
2- Como é a epidemiologia da doença?
- Possui incidência: 1 a cada 10-30 mil nascido-vivos; representando 4% dos tumores da infância e sem predileção por sexo. A média de idade no diagnóstico é de 18 meses, sendo que a maioria torna-se clinicamente aparente até os 3 anos de idade.
3- Quais são os sinais para suspeitar o tumor?
- Os principais sinais são: leucocoria (demonstrado na foto acima) e estrabismo.
4- Quantos tipos existem?
- Existem dois tipos: a) Não hereditário (esporádico): representa 60% e a mutação ocorre em apenas uma célula da retina, sendo que não transmite para a prole, além de ser unilateral em 85%. b) Forma hereditária: há um risco de transmissão para prole em 50% e 85% dos casos cursam com tumores bilaterais e múltiplos.
5- Como se dá a classificação e estadiamento do retinoblastoma?
Classificação internacional para retinoblastoma intraocular (classificação de Reese-Ellsworth): divide os retinoblastomas em 5 grupos, com base na chance do olho ser salvo com as opções atuais de tratamento.
Grupo A: risco de perda ocular muito baixo.
Tumor focal, pequeno (≤3mm de diâmetro), confinado à retina e sem estar perto de estruturas importantes (>3mm da fóvea e >1,5mm da papila).
Grupo B: risco de perda ocular baixo.
Tumor >3mm ou qualquer tamanho próximo à fóvea ou papila ainda confinado à retina, sem sinais de sementes vítreas ou subrretinianas.
Grupo C: risco de perda ocular moderado.
Tumor com pequena disseminação local (até 3mm do foco tumoral) para vítreo ou espaço subrretiniano.
Grupo D: risco de perda ocular alto.
Tumor com disseminação local difusa (>3mm do foco tumoral) para vítreo (sementes vítreas grandes, difusas e grosseiras) ou espaço subrretiniano (sementes, placas tumorais, etc.), sem acometer segmento anterior.
Grupo E: risco de perda ocular muito alto.
Tumor causando qualquer situação que signifique que não há praticamente nenhuma possibilidade de que o olho seja salvo: glaucoma neovascular, HV densa, impregnação hemática da córnea, necrose tumoral maciça, celulite orbitária asséptica, atrofia ocular, tumor anterior à face anterior do vítreo, tumor tocando o cristalino, tumor no segmento anterior, infiltração ocular difusa, etc.
6- Como se dá o tratamento do retinoblastoma?
- Cada caso é um caso. Basicamente as opções incluem: quimioterapia, crioterapia, radioterapia, braquiterapia e enucleação. Converse com seu médico oftalmologista para mais informações.
Autor responsável: Professor Dr Flavio Germano (CRM/SP: 192.136 // RQE: 91873)