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Teoria das cores (parte 3)

A interpretação das cores sob a perspectiva anatômica da retina


Wallpaper de cores – by Alessandro Pautasso.


A sensação de cor é subjetiva e está relacionada à sensação e à interpretação que, por sua vez, resultam do aprendizado. A cor não é uma propriedade dos objetos. Sua percepção resulta da absorção das radiações espectrais emitidas e que estimulam os fotopigmentos dos cones, sendo processadas por um circuito neural complexo na retina e nos centros visuais superiores, resultando na sensação de cor.

A cor depende de diversos parâmetros, que incluem o comprimento de onda ou banda de comprimento de onda do objeto observado, do comprimento de onda dos outros objetos dentro de campo visual e dos comprimentos de ondas que atingiam o observador antes de fixar o objeto em questão.

O sentido cromático normal (tricromatopsia) ocorre pela presença de três pigmentos visuais na retina, encontrados nos cones:

  • S-cone (azul) = 445 nanômetros

  • M-cone (verde) = 543 nanômetros

  • L-cone (vermelho) = 566 nanômetros

A percepção das cores do espectro visível é devida à combinação desses diferentes comprimentos de ondas de acordo com os pigmentos estimulados. O olho humano é sensível a todos os comprimentos de onda compreendidos entre 397 e 723 nanômetros, que formam o espectro visível.

  • A percepção da visão tricomática ocorre até os 30 graus do campo visual; a fovéola (1/8 graus), região central da mácula é cega para o azul, por ausência dos cones do tipo S)

  • Entre 70-80 graus do campo visual, a visão é dicromática (não percebe o espectro vermelho-verde)

  • A partir de 80 graus, não há percepção de cores


As teorias da visão de cores mais aceitas são as de Young-Helmholtz, por se complementarem, a de Hering e a de Hartridge.

Young (1802) admitiu que cada ponto da retina continha um número imenso de partículas, reduzidas a três para efeito didático, que agiriam sobre uma parte preferencial do espectro, gerando vermelho, amarelo e azul. A ausência de uma dessas partes resultaria em uma modificação das cores.

Helmholtz (1924) imaginou, em um ponto retiniano, três fibras, cada uma respondendo a um único comprimento de onda( vermelho, verde e azul). O estímulo de todas uniformemente, resultaria na sensação de branco. A ausência de uma dessas fibras determinaria a percepção anormal de cores (daltonismo).


Figura 1 (reflexão de luz) Figura 2 (espectro de luz)

Figura 3 (retina - quanto mais afastado da fóvea, menor concentração de cones)


Fonte: Série Brasileira de Oftalmologia; Retina e Vítreo; Conselho Brasileiro de Oftalmologia; 4a edição

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